Sobre como foi essa interferência, Bezerra encerrou a entrevista e disse "isso eu não posso falar".

 

Carlos Bezerra afirmou que a liminar que suspendeu o afastamento de Emanuel do cargo foi uma "questão de justiça", e que o afastamento dele, após o pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), teria sido "mais político do que jurídico".  "Porque foi baseado em atos que é da competência do secretário, não do prefeito. Então acho que se fez justiça", pontuou.  

 

A declaração do cacique do MDB mato-grossense reforça o que já havia dito Pinheiro de que durante os 37 dias em que esteve afastado, Carlos Bezerra sempre esteve próximo e o apoiando. 

 

“Estou muito bem. Dos 37 dias que sequestraram meu mandato, 30 deles o Bezerra esteve comigo. Nunca estivemos tão unidos, eu e Bezerra. A classe política se aproximou ainda mais de mim nesse momento”, afirmou o gestor.  

 

Emanuel foi afastado do cargo em outubro passada após ser deflagrada a Operação Capstrum. A ação investiga suposto esquema de contratações irregulares para garantir apoio político ao prefeito. No dia 26 de novembro, o gestor conseguiu reverter a decisão e voltou ao Palácio Alencastro.  

 

Operação Capistrum

Deflagrada em 19 e outubro pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), a Operação Capistrum decretou busca e apreensão e sequestro de bens em desfavor do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro e sua esposa Márcia Aparecida Kuhn Pinheiro, do chefe de Gabinete Antônio Monreal Neto, da secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, e do ex-coordenador de Gestão de Pessoas, Ricardo Aparecido Ribeiro.  


 

Considerado o braço direito de Emanuel desde à época em que o emedebista era deputado estadual, o chefe de gabinete chegou a ser preso em apartamento de luxo, localizado no bairro Santa Helena. Todos os investigados, exceto Emanuel, continuam afastados de suas funções públicas.  

 

De acordo com o MPE, os investigados estariam ligados a um suposto esquema de indicações políticas e contratações temporárias na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. Os contratados tinham direito ao benefício do 'Prêmio Saúde', que pagavam até R$ 6 mil a mais para os comissionados.

FONTE Pablo Rodrigo e Allan Mesquita

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