A ação dos policiais militares que foi revelada pela Operação Simulacrum, na quinta-feira (31), era bem calculada e voltada a criminosos que eles queriam executar. Segundo as investigações, os PMs envolvidos “armavam” supostos assaltos para atrair os bandidos e depois justificar as mortes com a ajuda de um homem que atuava como vigilante/segurança. Ele foi o delator do esquema ao Ministério Público Estadual (MPE).

Quem intermediava esse processo era um informante da polícia que “transitava bem entre os criminosos e auxiliava nas suas prisões em troca de dinheiro e/ou bens apreendidos, como aparelhos celulares”, diz trecho da decisão que determinou a prisão dos militares.

No começo esse informante apenas ajuda nos flagrantes para que os criminosos fossem presos, porém, depois “em vez de prender criminosos ele e os policiais militares passaram a objetivar a matança dos supostos bandidos, como forma de promover o nome e batalhão dos PMs envolvidos”, consta na decisão.

Essa “parceria” entre o informante e os policiais ocorria há anos, “para eliminar criminosos e promover o nome dos representados e dos seus respectivos batalhões, ação que era praticada de forma dissimulada, fazendo crer que se tratava de uma ação legítima da Polícia Militar”, diz ainda a decisão.

Durante as investigações, a Polícia Civil encontrou dificuldades para conseguir as informações “devido à postura apresentada pelo comando da Polícia Militar, com negativas de cunho protelatório, visando proteger os representados”.

Operação Simulacrum

A operação, que foi deflagrada na quinta-feira (31), pela Polícia Civil e MPE, tem como base investigações realizadas em 6 inquéritos policiais, já em fase de conclusão, sofre supostos ‘confrontos’ na região metropolitana. Com isso, foram expedidos 115 mandados judiciais, sendo 81 de prisão e 34 de busca e apreensão. Ao todo, 64 policiais foram presos.


 

Consta na investigação que os policiais militares envolvidos contavam com a atuação de um colaborador, que cooptava interessados na prática de falsos crimes patrimoniais, sendo que, na verdade, o objetivo era matar os participantes do crime.

“Após atraí-los a locais ermos, onde já se encontravam os policiais militares, eram sumariamente executados, sob o falso fundamento de um confronto. Os responsáveis pela apuração dos fatos reforçam que há farto conteúdo probatório que contrapõe a tese de confronto apresentada pelos investigados”, explicou a assessoria.

FONTE notícia dos municípios