A partir de 1º de janeiro de 2025, entram em vigor as rigorosas regulamentações da União Europeia (UE) para a importação de produtos de soja, com o objetivo de combater o desmatamento e suas consequências ambientais. Essas regulamentações impedem que os produtos de soja importados estejam ligados a áreas desmatadas após 2020, levantando preocupações e desafios para o setor de soja no Brasil, um dos maiores exportadores mundiais desse grão.
Ao discutir em torno das novas regras se concentraram em sistemas de certificação e rastreabilidade, que serão fundamentais para atender a essas novas exigências. O Instituto Soja Livre (ISL), uma entidade comprometida com práticas sustentáveis na produção de soja, tem desempenhado um papel importante nesse processo, participando de encontros do ProTerra e da Mesa Redonda sobre Soja Responsável (RTRS) para discutir as implicações das exigências da UE para produtos agrícolas.
No encontro do ProTerra, o foco foi na produção de soja não-transgênica para exportação para a Europa, que tem sido uma realidade para produtores desde 2005. Fernando Nauffal, consultor do Instituto Soja Livre, destacou o compromisso com práticas sustentáveis, como a ausência de desmatamento, trabalho infantil e trabalho escravo, que já está presente entre esses produtores.
Os exportadores de soja convencional que já atendem o mercado europeu com produtos livres de transgênicos terão menos desafios para se adaptarem às novas exigências. No entanto, a investigação aponta que o maior impacto recairá sobre a cadeia logística de exportação, que necessitará lidar com a segregação de produtos não conformes, provenientes de áreas de desmatamento, e a rastreabilidade aplicada pela UE.
André Nasser, da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), expressou preocupação com o prazo curto previsto para a adaptação do Brasil. No entanto, ele também está buscando um acordo com a UE para prorrogar esse prazo, a fim de permitir uma transição mais suave para a indústria brasileira de soja.
O Instituto Soja Livre está empenhado em estabelecer um diálogo e ações estratégicas para que os produtores de soja convencional certificados possam demonstrar que já estão em conformidade com as regulamentações da UE. Além disso, houve interesse de produtores de soja não transgênica na Argentina em colaborar com os produtores brasileiros para promover a soja livre na América do Sul.
FONTE. FLORA DO ESTADDO