O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, disseram nesta terça-feira que Israel não pagaria qualquer preço pelo retorno dos reféns ainda mantidos em Gaza, em meio às negociações em andamento para garantir sua libertação.
Questionado sobre os 134 reféns que permanecem em Gaza, Smotrich disse à Kan Radio que o retorno deles era "muito importante", mas que eles não poderiam ser libertados "a qualquer custo".
Ele disse que a maneira de libertá-los era aumentar a pressão militar sobre Gaza e derrotar o Hamas, o grupo armado que governa a faixa bloqueada.
Suas falas atraíram críticas do líder da oposição Yair Lapid e do ministro Benny Gantz e irritaram algumas famílias de reféns que têm tentado aumentar a pressão sobre o governo para que chegue a um acordo.
Porém, logo após a entrevista radiofônica, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu publicou um comunicado que ecoava a posição de Smotrich.
"Há muita pressão sobre Israel, tanto interna quanto externamente, para que a guerra seja interrompida antes de atingirmos todos os nossos objetivos, inclusive um acordo para libertar os reféns a qualquer custo", disse Netanyahu. "Não estamos dispostos a pagar qualquer preço, certamente não o custo delirante que o Hamas exige de nós, o que significaria a derrota do Estado de Israel."
As declarações foram dadas no momento em que os Estados Unidos planejam enviar seu enviado ao Oriente Médio para a região para dar continuidade às negociações entre EUA, Egito, Israel e Catar, que buscam intermediar um cessar-fogo e a libertação dos reféns.
Israel disse que 1.200 pessoas foram mortas e outras 253 foram sequestradas em Gaza durante o ataque liderado pelo Hamas às suas cidades em 7 de outubro. Desde então, a ofensiva militar de Israel matou cerca de 29.000 palestinos, com milhares de outros sob os escombros, de acordo com as autoridades palestinas, e destruiu grande parte do enclave bloqueado.
Até agora, a libertação mais significativa de reféns aconteceu durante a única pausa negociada de uma semana na guerra, em novembro, quando o Hamas libertou 110 israelenses e estrangeiros que havia capturado.
FONTE: REUTERS