O ex-jogador Daniel Alves deixou, nesta segunda-feira (25), a prisão onde cumpre pena por estupro na Espanha, após pagar uma fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,3 milhões na cotação atual), constataram jornalistas da AFP.
Daniel, vestido com uma camiseta branca de gola alta, casaco preto e calça jeans, saiu do presídio Brians 2, localizado a cerca de 40 km de Barcelona, onde estava detido desde o final de janeiro.
Ele entrou em um veículo que o aguardava para deixar o local e saiu sem dar declarações aos vários jornalistas que esperavam por sua saída.
Horas antes, o brasileiro havia depositado a fiança imposta pela Justiça na semana passada para que tivesse direito a liberdade provisória enquanto os recursos de sua condenação fossem examinados.
“A fiança de 1 milhão de euros é declarada suficiente (…) e, em consequência, é decretada a liberdade”, reza a decisão do tribunal.
Com uma carreira bem-sucedida em equipes como Barcelona, Juventus e Paris Saint-Germain, Daniel Alves, de 40 anos, foi condenado em fevereiro a quatro anos e meio de prisão por estuprar uma mulher no banheiro de uma boate em Barcelona no final de 2022.
A corte o condenou também a cinco anos adicionais de liberdade vigiada, ordem de distanciamento da vítima por nove anos e meio e ao pagamento de uma indenização de 150 mil euros (cerca de 809 mil reais).
A sentença foi recorrida tanto pela defesa de Daniel, que durante o julgamento pediu sua absolvição, quanto pelo Ministério Público, que quer aumentar a pena.
A resolução das apelações pode levar meses.
– Daniel garante que não fugirá –
A Audiência de Barcelona concedeu a liberdade provisória um dia após sua defesa pedir a medida alegando que seu cliente já havia cumprido um quarto da pena recebida.
Esta circunstância o habilitaria, em caso de sentença final, acessar benefícios penitenciários.
Ao final da breve audiência, o ex-jogador, que participou por videoconferência da prisão, garantiu ao tribunal que não fugiria e que acredita na Justiça.
Estes argumentos não convenceram nem ao Ministério Público nem a assistência da acusação, que mantiveram sua oposição à soltura de Daniel, considerando elevado o risco de fuga.
Porém a Justiça, que se baseava neste motivo para rejeitar os pedidos de Alves para responder à instrução em liberdade, estimou agora que “o transcurso do tempo” é um “fator mitigador” dos critérios anteriores, e apontou que o risco de fuga “foi reduzido”.
– Situação financeira de Alves –
Apesar de sua bem-sucedida carreira no futebol de elite, Alves levou dias para levantar o valor da fiança. O pai de Neymar, que o ajudou financeiramente após a detenção, negou assisti-lo agora que foi condenado.
Segundo sua defesa, a situação financeira do atleta foi muito afetada por sua prisão em janeiro de 2023, que implicou, entre outros, à rescisão de seu contrato com o Pumas, do México, e aguarda a solução de litígios com a Receita espanhola.
Os magistrados reconheceram que a real situação financeira de Alves “é desconhecida”, mas que presume-se que deve haver “uma solvência econômica confortável”.
Além da fiança, o tribunal impôs também outras condições para sair em liberdade provisória até a sentença definitiva, como a apreensão de seus dois passaportes, a obrigação de se apresentar semanalmente à Audiência, não sair da Espanha e a proibição de aproximar-se da vítima.
FONTE: ISTOÉ