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Janaina Riva isolada no MDB?

Publicada em: 29/10/2025 18:31 -

A unidade partidária é a coesão entre os membros de um partido político em torno de seus ideais, programa e estratégias, essencial para a eficácia, a governabilidade e a sobrevivência da sigla. Ela permite que a agremiação atue de forma “organizada” e “influente”, tanto em campanhas eleitorais quanto na atuação parlamentar.

A unidade ajuda a consolidar a identidade do partido e sua visão de mundo, facilitando a identificação do eleitor com a legenda. Em cenários polarizados, a consistência ideológica pode atrair engajamento político, embora possa levar ao risco de extremismo.

“Mão de Ferro”

Embora a expressão mão de ferro seja uma metáfora, Carlos Gomes Bezerra exerceu uma liderança forte e longeva no MDB de Mato Grosso, controlando o partido por mais de três décadas e influenciando significativamente a política local. Sua saída da presidência do Diretório Estadual, ocorrida em 2025, foi vista como um momento histórico para a sigla mato-grossense.

Carlos Bezerra com sua mão de ferro, presidiu o MDB de Mato Grosso por cerca de 30 anos, desde 1995, consolidando-se como uma figura central e inquestionável na política mato-grossense. Ao longo de sua trajetória, ele utilizou a estrutura do partido para eleger aliados e projetar sua própria carreira, tornando o MDB uma das siglas mais influentes do Estado. O fim de seu domínio ocorreu este ano, quando, aos 83 anos, ele anunciou sua saída da presidência, que foi assumida pela deputada estadual Janaina Greyce Riva.

Em resumo, a expressão mão de ferro reflete a longa permanência de Carlos Bezerra no comando do MDB em Mato Grosso e as controvérsias que cercaram sua liderança, que só chegou ao fim em 2025.

A PASSAGEM DO BASTÃO…

Do comando do Diretório Estadual MDB em Mato Grosso, além de simbolizar o fim da era “Bezerra”, significa uma virada histórica da sigla, que terá pela primeira vez uma mulher no seu comando do partido.

“Mão de Ferro” de Janaina Riva?

Caros amigos e leitores do Blog do Valdemir, após assumir o controle total do MDB em Mato Grosso, a deputada estadual Janaina Greyce Riva, começa a encontrar algumas dificuldades em garantir a unidade partidária de seus correligionários ao seu projeto de disputar o Senado Federal em 2026, sem que os mesmos apoiem o seu principal adversário na disputa, o governador Mauro Mendes Ferreira (UB).

A parlamentar emedebista, a Mulher Maravilha, acabou se tornando alvo do Governo Mendes, sendo boicotada na sua tentativa de compor a Mesa Diretora, está com suas Emendas Parlamentares sendo pagas na base do “pinga-pinga”, a “conta gotas”.

Mesmo assim, vê a bancada do MDB na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (AL/MT), mantendo total fidelidade ao governador Mauro Mendes, inclusive, votando contra sua orientação partidária, como ocorreu na última sessão em relação ao Projeto de Lei que concede aumento de 6,8% aos servidores do Poder Judiciário.

Enquanto a parlamentar emedebista detém o apoio dos Bezerristas para liderar o partido e construir sua candidatura ao Senado, os deputados estaduais da sigla, Dr. João JoséThiago Silva e Juca do Guaraná mantêm cargos no Governo Mauro Mendes e se mantêm firmes na base governista.

A emedebista também vê os dois deputados federais do MDBEmanuelzinho Pinheiro e Juarez Costa, articulando para deixar o partido, buscando outros palanques para tentarem à reeleição, o que enfraquece ainda mais o partido para as eleições do ano que vem e gerar uma cobrança da cúpula nacional do partido que tem como prioridade eleger deputados federais para aumentar o seu Fundo Partidário e Eleitoral.

 

Sem palanque e sem possibilidades de aliança com o centro-direita no momento, já que o PL e o grupo do “Homem de Ferro”, o governador Mauro Mendes, estão distante do MDB, e o veto aos partidos de centro-esquerda, Janaina Riva terá problemas para dar continuidade ao seu projeto ao Senado. Caso a Mulher Maravilha, opte por uma candidatura avulsa ao Senado, o MDB não terá um palanque oficial, o que também poderá fazer com que os deputados estaduais avaliem a permanência da sigla.

Diante de tantos problemas, Mulher Maravilha, a parlamentar vem afirmando que o MDB está unido em seu projeto ao Senado e que não dependerá de outros partidos para a disputa do ano que vem. Apesar do discurso motivacional, a sigla se encontra isolada, e para sair deste cerco, a emedebista talvez terá que optar por recuar do seu projeto ao Senado, mudar a rota da sigla e retornar ao campo de centro-esquerda e lidar com o descontentamento de alguns filiados.

Não tenho mais medo de disputar uma eleição

Se dizendo preparada para enfrentar os seus adversários na eleição para o Senado Federal em 2026, a emedebista já avisou que vai responder a altura todos os ataques que vier a sofrer.

Já aconteceu tanta coisa comigo, já usaram de tantas artimanhas, não tenho mais medo de disputar uma eleição. Depois de tudo que já vivi, eu já não tenho mais temor de nada. Agora, com relação ao que vem de lá pra cá, do jeito que vier, vai voltar”.

Mesmo sendo alvo de articulações para tentar isolá-la junto com o seu partido, o MDB, para tentar inviabilizar sua candidatura, a parlamentar demonstrou claramente mais uma vez que não pretende recuar do seu projeto.

 

Janaina Riva é considerada um forte adversária pelo grupo do governador Mauro Mendes (UB), que tentará uma das vagas ao Senado da Republica, que será muito concorrido, com os nomes de José Medeiros (PL), Antônio Galvan (DC), e do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Carlos Fávaro (PSD).

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